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Tarifaço de Trump, inflação hospitalar e o alerta vermelho para a receita dos hospitais brasileiros

A decisão do governo dos EUA de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com efeitos previstos a partir de 1º de agosto, acende um sinal de alerta para a saúde financeira dos hospitais brasileiros. O impacto vai além das relações comerciais — ele afeta diretamente o custo assistencial, a previsibilidade contratual com operadoras e a capacidade das instituições de recuperar o que de fato investiram no cuidado ao paciente.

Com a possibilidade de retaliação por parte do governo brasileiro, medicamentos e dispositivos médicos importados, especialmente dos EUA, devem sofrer aumentos expressivos. Em um país que, só em 2023, importou R$ 13,5 bilhões em medicamentos e R$ 28 bilhões em equipamentos, a elevação de custos pressiona ainda mais as margens já estreitas do setor hospitalar.

O problema é que esses custos crescentes não são acompanhados por uma atualização das tabelas de remuneração. Ao contrário: o que se vê é um movimento das operadoras no sentido oposto — com congelamento de reajustes, negativas de autorização para insumos importados e reclassificações de alto impacto financeiro nas contas médicas.

Mesmo quando clinicamente justificados, muitos medicamentos e materiais não são autorizados ou pagos, o que resulta em glosas assistenciais e administrativas cada vez mais frequentes. A imprevisibilidade aumenta, e o risco de inadimplência indireta — quando o hospital não consegue recuperar parte significativa daquilo que investiu — se torna uma ameaça real.

A reação a esse cenário precisa ser rápida e estratégica. Algumas ações fundamentais incluem:

  • Padronização de protocolos assistenciais: Definir diretrizes clínicas claras e justificativas baseadas em evidências para embasar tecnicamente o uso de medicamentos e dispositivos de maior custo.

  • Documentação completa e consistente: Garantir a rastreabilidade do uso de insumos desde a prescrição até a cobrança, assegurando que as informações do prontuário estejam alinhadas com o faturamento.

  • Revisão e alinhamento contratual com operadoras: Negociar cláusulas que aumentem a previsibilidade da cobertura de materiais e medicamentos, além de prever revisões periódicas de tabelas em cenários de aumento de custos.


Glosa não pode mais ser tratada como um problema operacional — ela é hoje um indicador direto da maturidade da gestão da receita hospitalar. Em tempos de inflação assistencial, contratos congelados e autorizações instáveis, garantir que o hospital receba o que gastou se tornou um desafio técnico, jurídico e estratégico.

Na KuriAI, apoiamos hospitais exatamente nesse ponto. Nossos algoritmos de inteligência artificial ajudam a dar mais eficiência no recurso de glosas e melhorar os indicadores de recuperação — mesmo diante de um cenário econômico desafiador como o que se desenha agora.

 
 
 

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